No dia 25 de Março, foi recriada a primeira parte do Ciclo do Linho, na casa museu custódio prato, uma iniciativa das associações locais e da Câmara Municipal da Murtosa.
Não se sabe ao certo quando e onde, pela primeira vez, o homem começou a utilizar as fibras do linho para confeccionar tecido.
No Egipto surgiram vestígios de tecido de linho que datam de cerca de 5.000 a.C., provando que o linho já era cultivado por essa altura.
Na Península Ibérica e concretamente no território que viria a ser Portugal, foram encontrados vestígios não só de tecido de linho, como também de sementes da planta de linho, que datam de 2.000 e 2.500 a.C., respectivamente.
Das diversas qualidades de linho existentes, o “Galego” era o que mais se utilizava entre nós. Era também chamado “linho da Primavera”, uma vez que era semeado entre Março e Abril. Este linho era o indicado para a confecção de vestuário.
Outro havia, o “Mourisco”, semeado na estação de inverno – em Novembro, que era aproveitado para fazer cordas em uso nas actividades agrícolas.
Terminada a sementeira, o lavrador, de chapéu na mão rezava tranquilamente e confiante ao Criador: – “Agora Deus te acrescente e te frutifique”.
Daniel Bastos, um elemento da organização do Ciclo do Linho, referiu ao Ribeirinhas a importância deste tipo de recriação, e que tinha sido uma ideia que tiveram, na sequência do ciclo do milho, do ano passado, que teve grande sucesso.
José Lopes, ainda se lembra do tempo em que cultivava o linho, na sua juventude, como modo de subsistência.
Depois desta recriação, seguiu-se a animação, com cantares ao desafio, e a visita ao museu custódio prato.
A segunda parte do Ciclo do Linho, que consta do arrancar, ripar e remolhar, será em Junho, em data a anunciar.
A terceira parte, e final, com todas as outras tarefas necessárias até se obter pano de linho, ocorrerá no mês de Setembro, também com data ainda a anunciar pela organização.