O executivo municipal do concelho de Águeda está a ser alvo de cartas anónimas, que denunciam más práticas administrativas e corrupção, com o concluio de eleitos para os cargos de vereação, funcionários e prestadores de serviços por ajuste direito.
Em causa e segundo as cartas anónimas, estão licenciamentos de empresas e atividades com favorecimento aos empresários, bem como irregulariedades em empresas que prestavam e ainda prestam serviços à Câmara Municipal.
As supostas relações entre os dirigientes do Partido Socialista e o executivo são colocadas em causa, apontando mesmo para concluios na ajudicação de serviços por ajuste direto sem qualquer controlo.
As cartas anónimas vão mais longe, envolvendo também a associação Dorfeu, que encaixa mais de 60mil euros por ano da Câmara, dados através de apoios diretos. Em causa está também a nomeação de chefes de departamento sem concurso público, bem como o próprio Gil Nadais, Presidente da Autarquia, que é apontado como tendo beneficiado da construção de alguns imóveis, através do desvio de alguns serviços da Câmara Municipal, nomeadamente máquinas que supostamente estiveram ao seu serviço.
Estas cartas anónimas referem-se também e muito exaustivamente à relação de algumas associações e pessoas com cargos públicos na Câmara de Águeda, nas campanhas eleitorais do Partido Socialista de Águeda, bem como de simples funcionários camarários, que supostamente andaram a distribuir cartazes e propoganda política, tendo tido benefícios depois através da Câmara Municipal.
Ao Agitagueda, também são apontados muitas incongruências, devido ao custo presumido do evento ter-se cifrado em perto de 500mil euros e o seu suposto retorno não foi além dos 30mil euros, adiantando ainda que o aluguer dos espaços dos bares foi encaixado por uma empresa externa à Câmara e que a autarquia não viu um cêntimo desta receita.
As cartas referem também que o vereador Edson Santos, líder do Partido Socialista de Águeda, foi constituido arguido pela Polícia Judiciária, após uma visita de inspeção à Câmara Municipal, onde supostamente foram detetadas irregularidades na gestão financeira da autarquia.
Confrontado com esta situação e pedidos os eventuais esclarecimentos ao Presidente da Câmara Municipal de Águeda, o mesmo refere em e-mail o seu desprezo pela nossa publicação e remete-se ao silêncio, ameaçando a nossa redação do apuramento de responsabilidades se decidíssemos avançar com esta peça jornalística.